A MEDITAÇÃO OU ORAÇÃO MENTAL CONTÉM TRÊS PARTES:
- A Preparação
- A Meditação
- A Conclusão
I. PREPARAÇÃO
Na preparação fazem-se três atos:
1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:
2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:
3º Ato de Petição de luzes:
Depois uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz; e na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.
Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.
II. MEDITAÇÃO
Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.
Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:
1º Pelos Afetos
Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:
Para o ato de contrição basta dizer:
2º Pelas Súplicas
Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.
Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:
Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.
3º Pelas Resoluções
Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.
III. CONCLUSÃO
Enfim, a conclusão da oração compõem-se de três atos:
1º De agradecimento pelas luzes recebidas, e de pedido de perdão das faltas cometidas no tempo da oração:
2º De oferecimento das resoluções tomadas e de propósito de guardá-las fielmente:
3º De súplica, pedindo ao Pai Eterno, pelo amor de Jesus e de Maria, a graça de executá-las fielmente:
Termina-se a oração recomendando a Deus a Santa Igreja, os seus Prelados, as Almas do Purgatório, os pecadores, e todos os nossos parentes, amigos e benfeitores, por um Pai Nosso e uma Ave Maria, que são as orações mais úteis por nos serem ensinadas por Jesus Cristo e pela Igreja:
Depois da Meditação
Depois da meditação devemos:
1º Conforme o conselho de São Francisco de Sales, fazer um ramalhete de flores afim de cheirá-lo durante o dia, quer dizer, imprimir bem na memória um ou dois pensamentos que mais impressão nos fizeram, para os recordarmos e nos revigorarmos durante o dia.
2º Por logo em prática as resoluções tomadas, tanto nas ocasiões pequenas como nas grandes, que se apresentarem: por exemplo suportarmos com paciência uma pessoa irada contra nós, mortificarmo-nos na vista, no ouvido, na conversa.
3º Por meio do silêncio e recolhimento, conservar o mais tempo possível os afetos excitados na oração; sem isso, o fervor concebido na oração esvaecer-se-á logo pela dissipação no proceder ou pelas conversas inúteis
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